sábado, 24 de maio de 2008

Parem de Falar mal da rotina!





Exatamente duas horas e quarenta minutos de espetáculo, que não vi, não senti , os minutos escorreram pela alma vazia, à procura de respostas.

Dificuldades borbulhando dentro da mente.

Até que ela, Elisa Lucinda entrou em cena: nua, crua, vasta de sentimento e emoção, flor da aurora, divina senhora no palco da vida.

Momentos de riso extremo e choro contido, este espetáculo mexeu comigo de uma tal forma que ainda procuro palavras para explicar.

Situações diárias que passam despercebidas no dia a dia, porém quando levadas a reflexão nos fazem viajar e rir de tudo, de todos, de nós. uma espécie de espelho capaz de projetar mil possibilidades, provocar verdadeiras transformações em nossas relações sociais, de trabalho e pessoais.

Chegar a conclusão que somos atores, diretores, roteiristas, produtores e muitas vezes vítimas das nossas próprias decisões.

O Eu te amo de ontem não é o mesmo de hoje, o de quem vai viajar não é o mesmo de quem fica. A virgindade dos dias, das horas e dos minutos.

Não falem mal da rotina! Pois quem a cria somos nós!

E no final chegar a conclusão que se reclamamos tanto deste feijão-com-arroz que a nossa rotina chegou, precisamos mudar. Colocar uma pitada de sal, um novo tempero, do amor, da calma e lealdade. deixar que aquela criança que está dentro da gente ajude-nos a tornar a vida um espetáculo inocente.


(Poema de Elisa Lucinda)


Parem de falar mal da rotina

parem com essa sina anunciada

de que tudo vai mal porque se repete.

Mentira. Bi-mentira:

não vai mal porque repete.

Parece, mas não repete

não pode repetir

É impossível!

O ser é outro

o dia é outro

a hora é outra

e ninguém é tão exato.

Nem filme.

Pensando firme

nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:

chuva dia azul crepúsculo primavera lua cheia céu estrelado barulho do mar

O que que há?

Parem de falar mal da rotina

beijo na boca

mão nos peitinhos

água na sede

flor no jardim

colo de mãe

namoro

vaidades de banho e batom

vaidades de terno e gravata

vaidades de jeans e camiseta

pecados paixões punhetas

livros cinemas gavetas

são nossos óbvios de estimação

e ninguém pra eles fala não

abraço pau buceta inverno

carinho sal caneta e quero

são nossas repetições sublimese

não oprime o que é belo

e não oprime o que aquela hora chama de bom

na nossa peça

na trama

na nossa ordem dramática

nosso tempo então é quando

nossa circunstância é nossa conjugação

Então vamos à lição:

gente-sujeito

vida-predicado

eis a minha oração.

Subordinadas aditivas ou adversativas

aproximem-se!

é verão

é tesão!

O enredo

a gente sempre todo dia tece

o destino aí acontece:

o bem e o mal

tudo depende de mim

sujeito determinado da oração principal.
Foda não?
Fica aí a dica:
Peça escrita , dirigida e encenada por Elisa Lucinda
Teatro Imprensa
Rua Jaceguai, 400 - Bela Vista

Sextas e Sábados às 21:00
Domingos às 20:00








Um comentário:

Anônimo disse...

Oiiiiiiiiiiii Moça.

Cabeça, nossa fala serio sem comentários esta peça, ah fala ai que aventura, mais Valeu Apenas me aguardar, descer a Augusta e depois ter q voltar, ouvir uma voz masculina no celular perguntando para esposa se em SP estava chovendo e o que estava ali na Av. Paulista e depois desligar o celular com um EU te amo ridiculo sem sentimento e repleto de traição, enfim chegamos ao teatro e depois de varias risadas de nós mesmo, pois a peça fala da nossa rotina, fica a lição, sem falar na Elisa, autora, diretora e atriz monóogo de exatamente 2 horas e 40 minutos com uma pausa para ir ao banheiro rsrsrs, foi Show e ficou a Lição

Valeu pela companhia.
Bjos
Úrsula Vasconcelos (Sula0