segunda-feira, 28 de abril de 2008


(Générik Vapeur)



Deixa eu decidir se é cedo ou tarde
Espere eu considerar
Ver se eu vou assim chique à vontade
Igual ao tom do lugar
Enquanto eu penso você sugeriu
Um bom motivo pra tudo atrasar
E ainda é cedo pra lá
Chegando às 6 tá bom demais
Deixa o verão pra mais tarde ...

Foi assim que começou a nossa virada cultural, ao som de Mariana Aydar, nada melhor...leveza, samba, poesia e interpretação à flor da pele. Demais!
Satyros, parlapatões, músicas. Risadas. Dança e cantoria
Realmente a arte se mostra primeiro.
Eu eo Cy engajamos numa discussão durante a noite. Será que a arte pode chegar a saturação? Já chegou? Ela retrocederá?
Num país onde uma palavra junto ao som frenético vira hit de verão.
Onde uma siliconada pega o microfone e começa a cantar qualquer besteira, concluímos que a arte deve nascer de novo. Mas estas coisas são arte? Ou será que esta nova geração que tem mudado tudo?
E tudo se confunde...
Descemos a São João e assistimos empolgados a apresentação do Générik Vapeur- com o espetáculo Bivouac, grupo que nasceu há 20 anos nas ruas da Europa.
Logo que as caixas começaram a tocar um rock animou todo mundo presente e pelas ruas a galera saiu vibrando, os caras desciam dos prédios com latas de aproximadamente 12 quilos e faziam a coreografia conforme a música, tudo isto em tom de protesto, foi o melhor da noite! Tudo terminou na praça da Patriarca onde várias latas foram jogadas ao chão, bombas explodiram. Um grito por uma arte melhor, por uma vida mais vivida, por liberdade. Utopia?
Uma bailarina descia do prédio no Vale do Anhagabaú. Lindo! Aquela luz sobre ela, as pessoas, um alegria desdenhosa.
As culturas se cruzam num espaço pequeno .Um cara largado, outro de sobretudo preto naquele calor, a bichinha estonteante do outro lado da rua, um emo loiro?Inacreditável.
E no final mesmo cansada, acabada, os pés pediam um samba...mas não deu pra esperar o quinteto.
A encenação terminou mas deixou muita coisa aqui dentro de mim.

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