Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar
Algumas letras falam por mim,
outras eu gostaria de ter escrito, e esta do Gilberto Gil é uma delas.
Foda!
domingo, 24 de agosto de 2008
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4 comentários:
Oi, Meggy,
Sou nova por aqui, deu vontade de deixar um alô.
Também acho essa letra maravilhosa, de uma profundidade impressionante.
Oi Annah!
Pode passar aqui quando quiser, gostei do post do Cartier, ele tb é impressionante.
É... às vezes penso que poderia ter sido eu a mãe de algumas pérolas, como essa do Gil e Poema, do Ney.
Meggy, bacana que tenha gostado. Sou apaixonada por Cartier-Bresson. Já vi que você também, né?
Obrigada pela visitinha lá no meu pedaço. Seja bem-vinda!
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